A carta que neguei entregar-te…
Por mais que tente não consigo olvidar as conversas que tivemos, os desejos a
que nos alvitrámos mas que não fomos capazes de satisfazer, por eu ter fugido,
por tu teres dado frio quando na verdade sempre foste uma pessoa quente, por me
teres dado ausência como quem espera que eu saiba labutar com isso, já soube,
mas de ti não soube acolher isso.
Sei que são histórias repisadas, vozes novamente recantadas,
mas é o que eu sinto, por mais que eu ande na luta pra sair do buraco onde
entrei continuo a ter lembranças, elas caminham a meu lado. E são as lembranças
que nos matam, são as recordações que nos afligem e não nos deixam caminhar pra
frente por mais que seja esse desejo.
Talvez o meu maior erro foi ter admitido o que ia dentro de
mim, ou talvez tenha sido o acto mais corajoso que algum dia consegui ter.
Obviamente as coisas vão mudar e já mudaram, claramente as
nossas conversas não serão as mesmas mesmo que a minha vontade seja de te
beijar, de ao teu lado deitar...mas vou pelejar contra isso, eu tentei mudar
por ti (eu sei que não foste tu que pediste, fui eu que quis), so te pedi uma única
mudança e dizes que eu tenho de lidar com isso, mas não consigo lidar com isso
e tu é que mudaste isso em mim, porque dizias sempre que eu andava fugida,
desaparecida e ausente e de facto andava não porque queria, mas sim porque a
vida é que me coagia, porque se eu pudesse estava sempre presente e dava-te
sempre que possível a minha presença, porque tu nunca foste um qualquer na
minha vida, foste aquele nome que prefiro não pronunciar, foste aquele que me
faz o odiar e amar ao mesmo tempo, eu sei que eu é que te afastei, mas tu
também nunca me deste muita confiança, deixaste me sempre á deriva, eu nunca
sabia o que sentias o que querias. Eu sabia o que sentia mas nunca quis admitir
e quando admiti tu também admitiste, mas pelos vistos foi tarde de mais.
Quero agradecer-te pela ausência, pelas bocas que mandaste
em forma de te justificares, quero agradecer por teres estado por perto nos
momentos em que mais precisei, quero agradecer-te pelos meses de silêncio,
quero-te agradecer pela sinceridade.
De ti nunca soube aceitar o silêncio devido uma vez teres te
afastado por teres gostado de mim mais do que devias. Desculpa ser uma rapariga
que se agarra ao que de bom me dão, mas também agarro me ao mau e é por isso
que eu sei que mesmo que tivéssemos os dois na mesma onda não iria resultar.
Sempre vou ter um carinho especial por ti. E aquele
sentimento que me fazia correr atrás de ti, que me fazia todos os dias dizer
que gosto de ti terei de o extinguir, se é que já não o fiz, porque só me iria
magoar e independente de tudo eu quero ter-te sempre por perto porque gosto da
tua amizade e gosto de ti, és e sempre vais ser o meu cuzudo mais pateta, quem
sabe o futuro nos reserve uma bela surpresa...eu sempre estarei por perto.
Queria poder escrever mais, porque tenho tanto pra te dizer,
mas tanto que acho de tanto ter pra te dizer que estou confusa e não consigo
por tudo cá fora.
Espero que estás palavras não te façam afastar de mim...
Beijos grandes de alguém que um dia gostou de ti de
verdade...
Uma carta que jamais foi entregue...
Tirado do bau...
Face a este paragrafo: "Beijos grandes de alguém que um dia gostou de ti de verdade...", a minha questão é: e não gostas mais ?
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