"Será que aguento?"


Sem demasia.
Desejo o que todos desejam,
Quero o que todos querem,
Mas não sei se aguentarei como eles aguentam.
Necessito de uma introversão,
Perdi o meu coração,
A minha alma abnegou-me.
E hoje não sei o que sou,
Ou quem fui?
Será que aguento ser lépida?
Será que aguento ser intrépida?
A intrepidez sempre foi meu forte,
Até partirem o meu cofre,
Com este sentimento tão forte.
Pérfida jamais fui,
Maliciosa jamais fui.
Já não sei nada.
Sinto me cansada,
De não saber,
De não perceber,
Se irei aguentar.
Porque se aguentar,
Poderei arriscar.
Hoje ando sem rumo,
Como se fosse dona do mundo.
Abalada me sinto,
Em abantesma me tornei.
Já não tenho sentido,
Já nem sei se minto ou omito.
Não sei se aguentarei,
Não sei se será apenas um sonho.
Sem ninguém para me explicar,
Sem ninguém para relatar,
Apenas me encontro sozinho.
Uma vida de tristeza,
Uma vida saturada,
Uma vida que nos condena á solidão e á desilusão.
Afugento do que sinto,
Porque algo pressinto.
Afugento-me das palavras,
Porque elas me conhecem,
Porque sou a escrava delas.
Caminhos difíceis,
Caminhos infinitos,
Mas não impossíveis.
Será que aguentarei?
A pura felicidade,
A pura liberdade,
Será que aguentarei o amor.

Colectânea de poemas, "Será que aguento", 3 de Agosto de 2010


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