“Eis a
resposta!”
Um dia
perguntaste como é que não sabes o que sentes por mim?! E eu confusa, perdida
não sabia bem o que responder, na verdade cá dentro eu sei bem o que sinto, mas
combato todos os dias contra isso, porque eu sei que não vai dar em nada e
depois acabaremos por nos afastar e eu não quero isso.
O que nos
temos é tão bom, que nem eu sei explicar, é primeira vez que vivo algo assim,
se contasse ao mundo diriam que eu gosto de “restos” ou que não tenho
amor-próprio, mas eu tenho amor-próprio, e o que eu estou a viver não são
restos, é um pedaço de história que ambos estamos a construir em cima de uma
base de confiança e respeito.
Nos damos
mais um ao outro do que a maioria dos casais que se dizem namorados, nos somos
claros como a água, não escondemos nada um do outro, sabemos ser amigos e
amantes, sabemos escutar e engolir por vezes.
Gostava
de saber o que nós temos, é tão diferente mas é tão bom…
E lá
estou eu novamente a fugir da verdadeira questão, o que será que eu tanto temo,
o que será que me impede de aceitar a felicidade, talvez é porque já saiba que
isto não tem pernas para andar, tu és diferente, tu queres assentar, mas não é
comigo e talvez seja culpa minha que sempre te disse para não te apaixonares
por mim, porque eu não posso dar-te mais do que umas horas, mais do que uns
bons momentos, e de lindas mensagens. Tu mereces e precisas de uma mulher que
te consiga acompanhar, que não tenha medos nem restrições.
Sim, eu
sou completamente apaixonada por ti, cada dia que passa apaixono-me mais por
ti, adoro tudo o que me dás, mas odeio o silêncio que as vezes me impões, as
vezes fazes me crer que estas farto de mim, que eu não passo de bons momentos.
Sim, eu
gosto mesmo, mas mesmo de ti. Em relação a ti não sei, talvez um dia te pergunte, talvez um dia sintas
necessidade de o dizer.
Se as
palavras enchessem a minha boca para dizer o que sinto, o que quero e o que sou
capaz de fazer por ti, tu neste momento serias meu, não irias querer mais
ninguém. Mas eu não quero que sejas só meu, melhor dizendo quero mas não posso.
Quero
continuar a ter o prazer de ter ao meu lado, nu ou vestido, quero ter o prazer
de continuar a ouvir-te falar, respirar bem perto dos meus ouvidos.
O que nós
temos ninguém irá compreender, mas também nem quero saber se entendem ou não, a
mim tanto me faz se nos amam ou nos odeiam por sermos como somos.
A única
coisa que eu temo é desiludir-te com as minhas indecisões, com os medos me
atormentam e não me largam.
Mas prefiro tudo isto esquecer, e reescrever o meu novo caminho, caminho que só eu irei trilhar.
Desabafo,
“Eis a resposta”, 27 de julho de 2012