Os putos gritam para se afirmar,
E não para os condenar,
Todos os dias as leis estão a mudar.
Tudo para na rua nos verem a roubar.
Eles já não estão a aguentar,
A fome está a acumular,
E o dinheiro não está a chegar,
Para a fome da familia alimentar.
Vou vender uns picas
para entrar mais guita
Para a minha casa não ruir
é da única coisa que quero fugir.
A raiva está a aumentar,
A educação de nada está a valer,
Visto que nada temos a perder,
Qualquer dia ninguém nos vai segurar.
Os impostos a aumentar,
Os transportes a aumentar,
qualquer dia nem a pé vamos lá chegar,
porque nem força há pra andar.
Os miúdos batem com as panelas,
Não para brincar,
Nem para festejar,
É para alertar que a fome chegou..
Calças rotas de uns
é riqueza,
Calças rotas de outros,
É sinal de pobreza.
Eles não se vão calar,
Porque não têem medo de roubar,
Roubar para comer,
Roubar para viver.
Hoje estar calado é crime,
Hoje não lutar é crime.
A crise é de todos
A fome um dia será de todos.
Hoje tens mas amanha podes não ter, por isso não te cales, não deixes de lutar
Colectânea de poemas, 21 De Fevereiro de 2012
Belo poema. Gostei de cada verso. É uma realidade que por momentos parece esquecida. Temos nos preocupado tanto com banalidades e esquecemos em que situação está o mundo, esquecemos que estamos em decadencia. Gostei da passagem q diz q calças rotas de uns é sinal d riqueza e outros sinal de pobreza. É triste mas é a realidade.
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